A Igreja Católica e o Presidente da África do Sul são as escolhas da Renamo para mediarem o diálogo político entre o partido e o governo. As propostas foram reveladas ontem pelo porta-voz da Renamo, três dias depois do Presidente da República ter acusado os mediadores nacionais de não transmitirem fielmente as mensagens das partes. Filipe Nyusi acusou ainda os mediadores de pretenderem “ganhar importância” no processo do diálogo político que se arrasta desde as eleições de 2014. A Renamo não fez nenhuma acusação, mas deixou claro que os mediadores nacionais já deram o seu contributo. O partido de Afonso Dhlakama já informou ao grupo de mediadores nacionais (onde se destacam o académico Lourenço de Rosário e o bispo emérito Dom Dinis Sengulane) sobre o fim da sua missão. Para a sua substituição, a Renamo solicitou ao governo a aprovação da mediação da Igreja Católica, uma instituição religiosa incontornável nos processos políticos nacionais. Além do papel importante que desempenhou nas negociações que conduziram à assinatura dos Acordos Gerais de Paz de 1992, a Igreja Católica sempre assumiu uma postura crítica e nunca se calou perante sinais de exclusão política e desigualdades sociais. Motivos suficientes para ganhar simpatias do maior partido da oposição.