As missionárias da Caridade têm a espiritualidade passada a elas pela madre Teresa para trabalhar com os mais pobres dos pobres e fazem isso por amor; amor sem fronteiras. A irmã falou do Evangelho de Mateus 25,31-45 que as guia no seu trabalho missionário. Elas procuram ver Jesus no mais pequeninos. E elas sabem que o seu coração tem que ser humilde para reconhecer os pobres.
Sabendo que estavam pregando para os futuros padres e religiosos, elas aproveitaram para ler algumas reflexões da madre Teresa para os padres. A madre Teresa dizia que as mãos dos padres têm que ser puras para tocar o corpo de Cristo. E só assim que eles vão poder tocar as mãos dos pobres.
E para as suas irmãs ela sempre dizia que, “a santidade não é um luxo para poucos, mas um simples dever para vocês e para mim; sejamos santos como o nosso pai Celestial é Santo”. Falando da sua santidade, ela tinha um lema que usava os cinco dedos para explicar. Cada dedo da mão significava uma palavra “You did it to me” (Você fez para mim) e a outra mão “I will want with God’s Blessings to be holy" (Quero ser santo pela graça de Deus).
{mosimage} Durante a pregação, as irmãs nos fizeram refletir sobre a encíclica do papa Bento XVI, Deus caritas est onde ele a menciona três vezes. No número 18 dessa encíclica, o Papa refere a ela como um dos santos que mostraram como é possível o amor ao próximo no sentido enunciado por Jesus, na Bíblia. A beata Madre Teresa hauriu a sua capacidade de amar o próximo, de modo sempre renovado, do seu encontro com o Senhor eucarístico. Com o exemplo da sua vida, a madre Teresa mostrou que esse amor ao próximo só é possível realizar-se a partir do encontro íntimo com Deus, um encontro que se tornou comunhão de vontade, chegando mesmo a tocar o sentimento.
No número 36 da mesma encíclica o papa fala da beata Madre Teresa de Calcutá como um exemplo evidentíssimo do fato de que o tempo dedicado a Deus na oração não só não lesa a eficácia nem a operosidade do amor ao próximo, mas é realmente a sua fonte inexaurível de exemplo de tempo dedicado à oração. Segundo a irmã Maria Verona, ela viveu convicta de que sem oração não tem ação, sem oração o serviço aos pobres não vai para frente porque só a oração é o meio para haurir continuamente força de Cristo. Ela dizia , “o fruto da oração é serviço e o fruto de serviço e amor; e o fruto de amor e paz, com Jesus 24 horas recebemos essa paz” Na sua carta para a Quaresma de 1996, esta Beata escrevia aos seus colaboradores leigos: “Nós precisamos desta união íntima com Deus na nossa vida quotidiana. E como poderemos obtê-la? Através da oração”.
Finalmente o Papa a cita entre muitas figuras de santos da Igreja que praticaram de forma exemplar a caridade por meio das suas extraordinárias iniciativas de promoção humana e de formação cristã, destinadas primariamente aos mais pobres. O Papa diz que esses santos são os verdadeiros portadores de luz dentro da história, porque são homens e mulheres de fé, esperança e caridade. Ela foi a verdadeira luz dentro da historia. A irmã confirmou que na hora que a Madre Teresa faleceu a luz se apagou em toda cidade de Calcutá.
No final do retiro, as irmãs pediram ao Padre Luis Emer IMC para ler-nos a última carta que ela mesma escreveu para as suas irmãs, no dia de sua morte; dia 5 de setembro de 1997. Nessa carta ela fala para as suas irmãs: “Eu quero que o espírito da Nossa Senhora seja o espírito da nossa congregação porque cada uma de vocês pertence a Jesus através de Maria. Dizer sim a Jesus é correr para Ele a serviço dos mais necessitados. Ter amor a Jesus na oração é ter amor a Jesus nos mais necessitados”.
No final da pregação, as irmãs nos deixaram de lembrança a medalha milagrosa da Madre Teresa que ela mesma carregava e dava às pessoas quando as encontrava na rua ou as visitava nas suas casas.
Terminamos o nosso retiro fazendo lhes algumas perguntas a respeito do seu estilo de vida e espiritualidade. Elas deram testemunho da Madre Teresa que elas tiveram a oportunidade de conviver durante a sua formação na India. Uma coisa que chamou a atenção do seu jeito simples de viver. Quando elas saiam com Madre Teresa não se percebia que ela era a Fundadora. Ela chegava nas comunidades e ia limpar os banheiros. Mesmo sofrendo de dores ela sempre manteve o seu sorriso, seu jeito serene de olhar.