Bem, mas voltemos ao Irmão Bento; hoje apareceu cá em casa com o hábito beneditino todo ‘enfeitado’ com medalhas e outros prémios: a medalha grande é fruto da participação, no princípio do mês, numa caminhada de cinquenta quilómetros organizada pelo Hospital Privado e destinada principalmente a dadores de sangue. É certo que o Irmão Bento não ganhou o primeiro prémio da caminhada mas, do alto dos seus setenta e sete anos, “não fui o último dos 1076 participantes aliás, á chegada, tinha muito mais gente atrás de mim do que á frente”! O Irmão Bento – que calça sempre sandálias feitas com borracha dos pneus, izimbadada – contou que vários carros afrouxaram e, ao verem-no idoso, lhe ofereceram boleia: “muito obrigado, mas estou aqui para caminhar e chegar ao fim, com muita alegria”!
Os outros prémios que o hábito beneditino ostenta referem-se ao longo percurso do Irmão Bento como dador de sangue, um percurso infelizmente a chegar ao fim: “disseram-me que o sangue de pessoas da minha idade já não é bom, tem muita água dizem eles”.
A imagem do Irmão africano de hábito negro é muito conhecida aqui na zona de Newcastle: o seu apostolado é fundamentalmente visitar hospitais e cadeias, em especial uma cadeia para jovens. “Durante anos fiz a viagem de bicicleta”. De Inkamana a Newcastle são cem quilómetros, para cada lado, sem contar com os desvios – “as prisões não estão no centro da cidade”!
A simplicidade e afabilidade do Irmão Bento são tão visíveis e imediatas que se podem tocar com a mão – e um sorriso contínuo e encantador: “é o que temos para dar, e nunca acaba”!
Bem-haja, Irmão Bento Ntshangaze!