Moçambique: Testemunho da comunidade filosófica em homenagem ao nosso saudoso formador

Pubblicato in I missionari dicono
{mosimage}O homem de Deus, Pe. Joseph Rûrûng’a, dedicou a maior parte dos seus anos de Sacerdote na formação de futuros missionários e também do clero local. Nós, seminaristas filósofos da Consolata, vivemos com ele os seus últimos anos, no Seminário filosófico “Nossa Senhora da Consolata” da Matola, Província de Maputo.

Até ao ano transacto, era Director Espiritual de alguns seminaristas do Seminário Teológico Pio X, em Maputo, do Seminário filosófico Interdiocesano “Santo Agostinho”, na Matola “F”, do Seminário propedêutico “Cristo Rei” da Matola, e em algumas casas religiosas, onde acompanhava muitas jovens formandas. Porém, este ano, dada a delicadeza da sua saúde, não chegou de assumir mais estas funções. Mas continuou a ser docente nos seminários: “Santo Agostinho” e “Cristo Rei”. Assistia pastoralmente duas comunidades cristãs: “Beato José Allamano” na Matola “C” e “Mártires de Uganda” em Malhampswene, município da Matola. Não obstante todo este trabalho, nunca lhe faltou tempo para se dedicar carinhosamente à nossa formação. Era considerado Decano pelos seus antigos alunos que agora são sacerdotes e, alguns dos quais, também, formadores.

Tanto a nós como a outros seminaristas costumava dizer: “cortar!”. Era sua convicção que na caminhada formativa, rumo ao sacerdócio, não se precisa muito mais do que uma simples dose de boa vontade, fidelidade e oração. Por isso, era preciso “cortar” tudo o que é supérfluo e, portanto, desnecessário à formação, para se cultivar os verdadeiros valores humanos, cristãos e sacerdotais. Quando voltámos ao seminário, no dia 02 de Fevereiro deste ano, encontrámo-lo em fraco estado de saúde, a que chegou a chamar de Calvário. Durante esse tempo do seu sofrimento humilde, aprendemos muito com o seu “silêncio formativo”, com o seu saber doar-se sem reservas nem queixumes. Suportou a dor por alguns meses e depois, como nunca mais melhorava, teve que ir ao Quénia para tratamento. Quando em Junho voltou a Moçambique, porque estava aparentemente recuperado, enchemo-nos de alegria. Retomou logo as suas actividades com a dedicação e o zelo de sempre.


No dia 06 de Agosto, dia da Transfiguração do Senhor, celebrámos com ele o seu 26º aniversário de profissão religiosa, com as irmãs de S. José de Clunny e da Consolação, nossas vizinhas. A seguir, tivemos um jantar de confraternização entre nós. Dedicamo-lhe felicitações e mais anos de entrega e serviço. Sem sabermos que estávamos a “profetizar” a sua morte, chegámos a dizer: Pe., muitos falam bem dos outros quando estes já não existem. Mas nós queremos aproveitar esta ocasião para manifestarmolhe a nossa gratidão por tudo que tem feito por nós. Mencionámos muita coisa boa que ele nos ensinava; encorajámo-lo para que continuasse a ser generoso para connosco, e pedimos que nos falasse da sua vida religiosa.

Disse logo: “26 anos de profissão religiosa, são, para mim, 26 anos de felicidade: a felicidade de servir a Deus e ao seu povo”. Depois destas palavras, resumiu todo o seu trabalho apostólico em terras de Moçambique, desde os momentos difíceis da guerra em que chegou. “São quase 20 anos gastos nesta Pátria, mas sempre vividos com muita alegria e assistência divina: sem a ajuda de Deus, não teria feito nada”, acrescentou.

No dia 07 de Agosto, rezámos as laudes e fomos com ele ao Centro de saúde da Polana Caniço, arredores da cidade de Maputo. Nos nossos planos humanos, o Pe. Joseph estava a acompanhar-nos para prestarmos alguns exames médicos porém, nos desígnios de Deus, nós é que acompanhámos a ele ao local da sua partida desta vida para a outra.

Chegados à Polana Caniço, ligou para dizer à Doutora irmã Raquel que havíamos chegado. Enquanto isso, nós fomos formar bicha para sermos atendidos. Ele começou a perder o ar e foi de imediato a uma sala para ser tratado. Ligou e chamou um de nós para ir ter com ele, o seminarista José, depois seguiu o Pe. Luís Ferraz, IMC. De um segundo ao outro respirava com muita mais dificuldade. Houve intervenção imediata de muitos médicos e outros agentes da saúde, mas em vão. Esforçou-se e disse: “Estou a morrer, estou a morrer... meu Jesus, meu Senhor!”. Mais nada se ouviu de sua boca.

Damos este testemunho para que se saiba quem foi para nós o Pe. Joseph. É difícil dizer tudo a respeito dele. Chorámos a sua partida, mas orgulhamo-nos de termos vivido com ele: aprendemos bastante dele em tão pouco tempo. Perdemos um formador, mas ganhamos um intercessor. Aliás, como disse o Conselheiro Geral da Europa e Ásia e encarregado da formação de base, Pe. Francisco Lopéz, “embora fisicamente ausente, o Pe. Joseph está mais perto de nós agora do que antes”. Sim, ele se perpetuará nas nossas memórias, porque “o justo deixará memória eterna” – Sal 112 (111), 6. Ámen!
Ultima modifica il Sabato, 07 Febbraio 2015 21:02
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