Existem mais de 20.000 coreanos de etnia chinesa na Coreia. Nasceram na China ou são filhos de pai chinês e mãe coreana. A lei coreana atribui a cidadania segundo a nacionalidade do pai. Assim os que nasceram na Coreia são considerados “estrangeiros”.
Mais ainda: há um termo usado para os classificar, “hwaghyo”. Ao contrário de muitos outros países da Ásia, onde as comunidades chinesas são consistentes e conhecidas, na Coreia ela é bastante reduzida. Existe uma só “Chinatown”. Fora da capital. Seúl. Só metade dos residentes são de origem chinesa.
Uma das razões para o pouco número de chineses na Coreia tem a ver com a atitude intolerante para com os estrangeiros que ainda persiste em certa medida. A intolerância reflecte-se sobretudo com descendentes de coreanos casados com estrangeiros. Para com os que nasceram no estrangeiro, esta discriminação é ainda maior.
O próximo governo, liderando pelo novo presidente-eleito Lee Myon-Bak, quer contrariar esta atitude de uma forma bem radical. Promete colocar estrangeiros na função pública e departamentos do governo. Mas a oposição opõe-se. A Federação das Industrias da Coreia insiste na criação de uma Chinatown em Seul. Iria “atrair investimentos de grande envergadura por parte de empresas chinesas e criar 920.000 novos postos de trabalho”.
Os estrangeiros com residência permanente já podem votar nas eleições locais, mas não nas presidenciais e parlamentares. É também ainda difícil para um estrangeiro conseguir empréstimos bancários. Aos poucos, a situação vai melhorando e a Coreia abre-se cada vez mais.