Contou-se na abertura oficial da conferência com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e de vários ministros, entre eles, Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, que no seu discurso ressaltou a importância deste ato de democracia na decorrência do sexagêsimo aniversário da proclamação universal dos Direitos Humanos.
No dia 16, primeiro dia de conferência, os trabalhos começaram com uma mesa de contextualização com a presença do ministro Paulo Vannuchi, da profesora Flávia Piovesan da Puc de São Paulo e de Alexandre Ciconello do Fórum das Entidades Nacionais de Direitos Humanos. Na parte da tarde foi a vez dos sete grupos temáticos trabalhar os eixos e as sugestões saídas das conferências municípais e estaduais quais: Universalizar Direitos em um Contexto de Desigualdade; Violência, Segurança Pública e Acesso à Justiça; Pacto Federativo e Responsabilidade dos três Poderes, do Ministério Público e da Defensoria Pública; Educação e Cultura em Direitos Humanos; Interação Democrática entre Estado e Sociedade Civil; Desenvolvimento e Direitos Humanos; Direito à Memória e à Verdade.
A complexidade dos temas abordados e a sua delicadeza acirraram muitas vezes os ânimos na procura e na defesa dos grandes valores e cobrando do governo e do executivo, nos diferentes níveis, políticas que visem a construção de um futuro menos disigual e no respeito das pessoas sobretudo na relação estado – sociedade. Temas quais a violência, a segurança pública, o acesso à justiça, a educação, o desenvolvimento, além do direito à memoria e à verdade, inflamaram os corações e as falas fazendo compreender, se ainda houvesse necessidade, que a grande questão está na construção de uma sociedade cidadã, responsável e ao mesmo tempo capaz de umanizar o seu bairro, por isso a cobrança de substituir a atual polícia, ostensiva e repressiva e os respectivos batalhões especiais, autênticos esquadrões da morte, por uma polícia cidadã, desmilitarizada e conhecedora do território e das pessoas que nele vivem. Essa política de bairro, deve ser alimentada pelas associações sócio – culturais, na procura e na costrução de vida digna por todas as pessoas e qual caminho para vencer o medo, a falta de confiança, o individualismo, terreno fertil da criminalidade, e fonte de insegurança e violência.
O que ficou bem claro na memoria e na consciência de cada um dos participantes, foi a certeza que os direitos humanos começarão a sair do papel e ser prática comum a partir da vontade e da consciência de todo o cidadão e cidadã e que a sociedade de hoje e do amanhã não pode continuar a esconder-se atrás dos muros, das cercas elétricas, dos medos, da desconfiança se quer sobreviver à história e aos desafios do tempo presente.
Só vencendo as disigualdades e dando a todos a possibilidade de uma vida digna, com trabalho, saúde, educação, moradia, poderemos enfim debelar gran parte da violência e da insegurança do nosso meio, ajudados nessa tarefa de meios de comunicação de massa sadios, banindo de rádio, tevé e jornais sensacionalismo e oportunismo que fazem da desgraça alheia a notìcia de cada dia.
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