Ao mesmo tempo, foi também o grande impulsionador do crescimento da Igreja Católica nas últimas décadas, precisamente por ter defendido sempre os mais pobres, marginalizados e perseguidos.
Durante o período da ditadura militar, ele foi a voz da oposição, conseguindo manter os militares fora dos limites da catedral de Myong-dong, na qual se refugiavam os que exigiam a democracia e a liberdade. Ao mesmo tempo, foi ouvido pelos que estavam no poder, o qual procuravam nele conselhos para a procura da paz com as facções opostas.
As suas palavras eram ouvidas por todos, católicos e demais coreanos, palavras que continham uma mensagem de esperança, baseada na boa vontade inerente a este mundo e à bênção da vida eterna. Foi eleito cardeal de Seul e líder da Igreja Católica coreana em 1968, com apenas 47 anos, função que assumiu durante três décadas até ser sucedido pelo actual cardeal Chong Nicolau.
Antes do seu último suspiro, disse às irmãs e médicos que cuidaram dele: “Obrigado pelo vosso amor.” A notícia de que era seu desejo doar os olhos a outro paciente inspirou muitos pessoas a desejarem doar os seus órgãos. De facto, a organização “Um Corpo, Um Espírito”, que promove a doação de órgãos, disse que mais de 100 pessoas prometeram doar órgãos, enquanto que muitas mais telefonaram para saber como poder ajudar a campanha de sensibilização.
O editorial termina com estas palavras: “Todos os coreanos devem muito a este grande homem pela motivação e encorajamento da sua voz frágil em tempos difíceis”.