Ao longo de dois dias e meio, atráves de dinamicas, de reflexões, os presentes ajudados do Padre Alfredo J. Gonçalves procuraram escutar os gritos anonimos e silenciosos que se levantam das periferias de nosso mundo globalizado e pós-moderno, e que possuem rostos embora muitas vezes deturpados e embrutecidos pelas situações de violência, exploração, abandono.
A analise fez uma radiográfia da realidade, sairam rostos, situações, atos violentos, em muitas situações único caminho para procurar a paz e a justiça diante da violência dos “paletos”, que usando atos pacifícos a institucionalizam, a tornam estrutural e fazendo brotar uma enérgia, uma reação individual e outra organizada, sendo que no primeiro caso ela se vira contra a pessoa que mais ama, enquanto quando ela é organizada vem espectacularizada, desviando a atenção da realidade do dia a dia, fazendo dos fatos, das ações violentas algo natural, comum da vida do dia a dia.
Então caem no silêncio e no esquecimento, são ignoradas o peso da cruz individual e coletiva, o grito da terra, o grito do medo, o grito do tempo, o grito para defender o corpo de seu aviltamento, o grito para defender as culturas, a linguagem da comunicação onde a inculturação é mais que um diálogo verbal, é um diálogo de almas.
Perante esse desafio, a necessidade de fazer uma retrospectiva da realidade, tomando consciência da encruzilhada de civilizações onde prevalece a cultura urbana da solidão para realizar a mudança da história, feita não de espectaculo narcotizante mas de pequenas sementes, que começam a existir antes de brotar e de utopia onde o “não” lugar está aberto à construção de um novo lugar.
Por isso voltando para os seus Estados, para a vida do dia, cada um leva a certeza que a vida tem o primeiro lugar, mas se constroi com a organização popular feita de pequenos atos, de gritos silênciosos do dia a dia.