Seguindo o método do ver, julgar e agir, para a primeira atividade foram convidadas alguma pessoas que nos ajudassem a conhecer melhor o mundo indígena, ribeirino, dos agricultores e das periferias da cidade. Assim sendo ao longo da manhã tivemos conosco a dona Lavinia, mulher indígena Macuxi da comunidade de Maturuca, membro da Organização das Mulheres Indígenas de Roraima(OMIR), o senhor António de Paritins, pesquizador e membro do Serviço de Ação, Reflexão e Educação Social(Sares) que trabalha com as comunidades ribeirinhas e as ocupações da cidade em Manaus, o senhor Bibiano, presidente da Cooperativa de Agricultores do Apiau e dona Bertolina, coordenadora diocesana das comunidades de Base(CEBs) da Diocese de Roraima, moradora da periferia de Boa Vista.
Cada um deles, em sua intervenção, apresentou aspetos da cultura indígena, ribeirinha, da gente do campo e da periferias da cidade, e apontou os desafios que as mesmas enfrentam perante a globalização devido ao seu enfraquecimento e ao crescente domínio político, onde cada vez mais se torna difícil repassar as novas gerações os grandes valores contidos na tradição, na língua e na vida da comunidade, devido a uma cultura cada vez mais crescente do individualismo, do isolamento que os distancia da comunidade e os leva ao consumismo que se traduz no alcolísmo, no consumo de drogas, na adesão ao mundo virtual e fantasmagórico alimentado por religiões pentecostais de matriz americana integralistas que, usando a Bíblia, confrontam e atacam o mundo espíritual amazônico constituído por uma matriz católica misturada com esoterismo e respeito ao ambiente.
Nos próximos dias, perante os dados recolhidos será realizada uma análise da nossa ação evangelizadora neste contexto intercultural e desafiador e como a partir do mesmo conjugar e valorizar a variedade e riqueza cultural presente nos membros da região. Um trabalho bastante árduo mas certamente enrequecedor.