A tarefa da teologia hoje é mostrar a vontade, o agir de Deus não apenas nos textos bíblicos, tradições herdadas, nas doutrinas fixadas pelo magistério eclesiástico, mas romper as barreiras das religiões, dos textos sagrados, das autoridades e doutrinas das teologias e das cabeças de pessoas para um Deus que age livremente em toda sua criação. É difícil explicar a sua encarnação com as palavras, por isso é muito difícil falar de Jesus filho de Deus gerado e criado por parentes humanos. Podemos explicar isso pelo fato que Deus ultrapassar tudo. A cabeça de homem e mulher de hoje é muito cientifica e isso torna um estudo sobre Maria e José muito difícil.
Mais que ficar investigando e discutindo sobre a existência de José e Maria e se isso é historicamente verdadeira ou não, acho que a maior proposta da sagrada escritura é ver em tudo a questão de obediência, humildade, justiça para os pobres e das limitações da condição humana. Precisamos a presença das três pessoas divinas: Pai, filho e Espírito santo. A família de Maria, José e Jesus assumiu essa realidade divina. Neles a auto comunicação de Deus ao ser humano na historia chega o ápice. A Maria e José da sagrada escritura e magistério da igreja e a arte mostram sobre tudo a Maria uma mulher espiritual quase uma monja que não tem nem sentimentos humanos nem nasceu como os outros seres humanos. José seria então o protetor de Deus fraco e de Maria, mas sem qualquer relação humana. Já mais poderíamos aceitar esse tipo de Maria. No seu agir, por exemplo, visitar a Isabel, participação no casamento de cana, ir procurar Jesus pensando que tinha se enlouquecido são atos puramente humanas, uma mãe verdadeiramente humana. A mesma coisa podemos dizer sobre José, ele trabalha, faz negócios, dialoga com os seus colegas como qualquer outra pessoa. Temos que entender assa família neste sentido para poder descartar a sua participação no plano divino quer dizer que temos que ter uma olhar de baixo para cima e não cima para baixo “Deus olhou na pequenez de sua serva”.
Hoje há muitas inquietações sobre essa família. Acho que se José se casou com Maria já com uma idade avançada ou não, se tiveram uma relação conjugal, se tiveram outros filhos depois de Jesus, se Maria subiu aos céus alma e corpo ou se José pode ser considerado verdadeiramente pai de Jesus; são questões importantes, mas não cabem no mistério salvífico de Deus. Importante é como isso nos ajuda a viver bem a nossa fé e entender bem a nossa vida humana em relação com o plano do nosso criador. A família de José é um exemplo de famílias de hoje, as famílias modernas que tem apenas um filho. Acredito que essas famílias sacrificam muitas coisas até às vezes os seus direitos de ter prazeres para não ter mais filhos. Uma relação de dialogo continuo, respeito, cuidado e muito amor. Se as famílias modernas conseguem fazer isso por causas de razões econômicas, imagina os pais de Jesus que tinham perante deles um projeto de Deus.
A família de Maria e José, portanto nos apresenta um bom exemplo para nós no mundo de hoje. Nos mostra como cada uma na família deve se preocupar com a vida e com o outro e também escutar a vontade de Deus perante todos os desafios que o mundo apresenta. Parece-me que Deus não age só, Ele precisa de nós, mas também qualquer ação divina precisa da sociedade, cultura que numa certa forma pode atrapalhar ou ajudar. Pode ter muitas barreiras perante os projetos de Deus, mas Deus nunca desiste como nós.
Falar de José e Maria é com certeza falar do gênero. Eles são exemplos perfeitos de uma relação que reconhece os direitos e valores de cada membro na sociedade independentemente do seu gênero, idade, aparência física, capacidade intelectual, valores culturais e tudo mais. Mostra um Deus que tem um plano para cada pessoa e que exige de nós segundo as nossas capacidades. Um dos valores mais discutido hoje nas relações familiar é o amor que se reduz muito mais na relação conjugal. Eu acho que com o exemplo de José e Maria dá para perceber que o amor verdadeiro está na submissão livre dos casais na vontade de Deus. Conhecer os desejos de cada um e respeitá-los torná-los seus próprios. Então a família de Maria, José e Jesus seria um bom exemplo para as famílias de hoje, um grande resgate do papel e dignidade da mulher da mulher na sociedade passa por aí. Acho que é um esforço louvável para os Josefólogos que estão tentando recuperar o papel de José na historia da salvação, sobretudo os valores que a bíblia não fala. Seria um homem moderno que entende a feminidade da sua esposa, a sua liberdade de dizer sim na vida. Mostra um jeito novo de viver a vida religiosa, tanto para os leigos como para os consagrados.
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