Ka’Ubanoko é o nome dado ao local onde moram os imigrantes venezuelano que não encontram espaço nos abrigos convencionais na cidade de Boa Vista, Roraima. A maioria dos moradores do Ka’Ubanoko é povo indígena Warao. Faz, aproximadamente, três meses que Ka’Ubanoko serve como casa comum para os imigrantes indígenas e não indígenas.
Ultimamente o local tem apresentado problemas de higiene e desafios de com relação ao ambiente e infraestrutura. Com o tempo chuvoso a água forma poças em diversas partes do terreno e o lixo se acumula. Por conseguinte, os moradores correm risco de contrair enfermidades. As crianças são as mais expostas aos riscos. Segundo um levantamento feito entre os moradores do Ka’Ubanoko, as doenças mais comuns são diarreia, febre e verminoses. Além disso, há risco de dengue por causa de muitos mosquitos no local. Essa situação gera muita ansiedade e preocupação.
Diante disso, a Equipe Missionária Itinerante dos Missionários da Consolata está tomando algumas medidas para prevenir e combater essas enfermidades. A primeira delas é a conscientização dos moradores sobre a importância da higiene ambiental. Essa conscientização é acompanhada por uma ação concreta de coleta do lixo dentro e fora do local.
A Equipe Itinerante, em colaboração com outras entidades, promove reuniões com os caciques responsáveis pelos diversos agrupamentos familiares a fim de fornecer as informações básicas sobre a importância do cuidado com o meio ambiente. Na sequência, os caciques devem transmitir essas informações às suas respectivas famílias, na língua que entendem melhor. Além disso, são providenciados sacos de lixo que servem como lixeiras, pois não tem lixeiras no local. A Equipe Itinerante também trabalha com os moradores do Ka’Ubanoko no momento de recolher lixo e em caso de emergência, leva os enfermos ao hospital e, em alguns casos, compra medicamentos para os pacientes com receita médica.
Nesse âmbito de cuidado com saúde é reconhecido o trabalho de diversas entidades como o Serviço Jesuítas Para os Migrantes (SJM) Brasil que leva os pacientes ao hospital com carros de aplicativo; a Pastoral do Migrante que identifica casos de enfermidades no Ka’Ubanoko; o ACNUR que fornece lonas e busca novos caminhos para solucionar os problemas dos imigrantes; o Exército Brasileiro que estendeu o prazo do uso do local; CMDH que acompanha a situação do Ka’Ubanoko e ajuda nas questões jurídicas; e outras entidades que colaboram nessa causa.
Enfim, há ainda muito trabalho a ser realizado com relação ao lixo que não se consegue recolher e a água parada que é difícil de escoar. Todos acreditam que juntos vão cuidar melhor do Ka’Ubanoko e com isso cuidar também da Casa Comum.