In Brasile è appena stato pubblicato il libro «O ENCONTRO - Nohimayou» (Paulinas Editoras, San Paolo), un’opera curata dal sacerdote e antropologo Corrado Dalmonego, IMC, e dal giornalista Paolo Moiola. Nelle sue 144 pagine, la pubblicazione registra i ricordi della Missione Catrimani, dove da più di 50 anni i missionari della Consolata vivono in armonia con gli YANOMAMI (circa 33 mila persone), gli indigeni che abitano la foresta amazzonica tra il Brasile e in Venezuela.
Il titolo «L’incontro - Nohimayou» rivela con precisione il contenuto del libro. L’espressione «Nohimayou» in yanomae, una delle lingue della famiglia linguistica yanomami, significa «risvegliare l’amicizia». Questo termine descrive con precisione l’atteggiamento di avvicinamento dei missionari che hanno sempre cercato di stabilire relazioni di amicizia (nohimai) con questo popolo indigeno.
Il saggio raccoglie le testimonianze di missionari, antropologi e giornalisti che in diverse fasi hanno condiviso le loro vite con gli Yanomami. L’opera fa parte del progetto per recuperare la memoria storica delle missioni IMC nel continente americano e la Missione di Catrimani è una delle più significative.
La storia di Catrimani ci insegna che le popolazioni indigene, come qualsiasi altre genti, devono essere rispettate e comprese nelle loro differenze. Dopo molte lotte e perdite irreparabili, questo principio è stato infine adottato dalla Costituzione brasiliana del 1988, articolo 231, che riconosce il diritto dei popoli indigeni alla loro organizzazione sociale, alle lingue, alle usanze, alle credenze e alle tradizioni. Sfortunatamente, la Magna Carta in Brasile è stata violata quotidianamente e la sopravvivenza delle popolazioni indigene continua a essere minacciata dagli interessi dell’agroindustria, dai tagliaboschi e dai settori minerari.
Nel corso degli anni, la convivenza degli Yanomami con i missionari della Consolata, iniziata nel 1965, ha contribuito all’emergere di un modello di missione basato sul rispetto e sul dialogo, dando vita a azioni concrete in difesa della vita, della cultura, del territorio e della foresta, la casa comune. Questa stessa visione è condivisa dal Consiglio missionario indigeno (CIMI) creato nel 1972 (e il cui presidente, dom Roque Paloschi, ha scritto l’introduzione al saggio di Dalmonego e Moiola). Il principio fondamentale di questo nuovo modello di missione è annunciare la gioia del Vangelo nel silenzio e nel dialogo, creando legami di amicizia e alleanze nella prospettiva del «buon vivere». Le testimonianze provenienti dai Catrimani ci parlano di una missione guidata dallo Spirito di Dio vivo e attivo nei missionari, nei popoli e nelle culture. Per tutto questo vale la pena dare un’occhiata a questo eccellente lavoro.
* Consigliere generale IMC per le Americhe
YANOMAMI: livro “O ENCONTRO - NOHIMAYOU”
PORT. Acaba de ser publicado no Brasil, o livro “O ENCONTRO - NOHIMAYOU” (Paulinas Editoras, São Paulo), obra organizada pelo padre e antropólogo Corrado DALMONEGO, IMC, e pelo jornalista Paolo Moiola.
Em suas 144 páginas, a publicação registra memórias da Missão Catrimani onde há mais de 50 anos, os missionários e missionárias da Consolata vivem em sintonia com o povo YANOMAMI (cerca de 33 mil pessoas), indígenas que habitam a floresta amazônica entre o Brasil e a Venezuela.
O título “O Encontro - Nohimayou” revela de forma precisa o conteúdo do livro. A expressão Nohimayou em yanomae, um dos idiomas da família linguística Yanomami, significa “despertar amizade”. Esse termo retrata de forma precisa a atitude de aproximação dos missionários que sempre procuraram estabelecer relações de amizade (nohimai) com o povo.
Trata-se de testemunhos de missionários e missionárias que em diferentes etapas partilharam suas vidas com o povo Yanomami. A obra se insere no projeto de recuperação da memória histórica das nossas missões no Continente Americano sendo a Missão do Catrimani uma das mais significativas.
A história do Catrimani nos ensina que os povos indígenas assim como qualquer outo povo, devem ser respeitados e compreendidos em suas diferenças. Após muita luta e perdas irreparáveis, esse princípio finalmente foi adotado pela Constituição Brasileira de 1988, no artigo 231 que reconhece aos povos indígenas o direito à sua organização social, línguas, costumes, crenças e tradições. Infelizmente, a Carta Magna do Brasil vem sendo diariamente violada e a sobrevivência dos povos indígenas segue ameaçada por interesses do agronegócio, madeireiros e setores da mineração.
Ao longo dos anos, a convivência dos Yanomami com os Missionários da Consolata, iniciada em 1965, contribui para o surgimento de um modelo de missão fundado sobre o respeito e o diálogo resultando em ações concretas em defesa da vida, da cultura, do território e da floresta, a Casa Comum. Essa mesma visão é compartilhada pelos Conselho Indigenista Missionário (CIMI) criado em 1972 (dom Roque Paloschi, presidente do CIMI, assinou a introdução do livro). O princípio fundamental deste novo modelo de missão é anunciar a alegria do Evangelho no silêncio e no diálogo gerando laços de amizade e alianças na ótica do bem viver. Os testemunhos vindos do Catrimani nos falam de uma missão conduzida pelo Espírito de Deus vivo e atuante nos missionários e nos povos e culturas. Vale a pena conferir essa excelente obra.
* Conselheiro Geral para América