Um grupo de missionários e missionárias da Consolata esteve reunido no Centro de Espiritualidade e Missão de Laulane, na arquidiocese de Maputo, Moçambique, entre 11 a 13 de setembro, para um Simpósio Missionário sobre a irmã Irene Stefani, missionária da Consolata declarada beata em 2015, e o milagre de Nipepe, realizado por sua intercessão em 1989, numa missão do Niassa durante a guerra civil.
Partindo do estilo missionário de Irene Stefani, que trabalhou no Quénia de 1915 até à sua morte, em 1930, e da simbologia do milagre de Nipepe, os participantes puderam colher a sua mensagem e a sua intervenção em Moçambique, como dom para a família da Consolata (padres, irmãs e leigos) e a Igreja em missão.
Cada um, iluminado pelas intervenções dos palestrantes, refletiu e partilhou o que sentia sobre a vida e obra da beata Irene e a sua ação prodigiosa em Nipepe. Reconheceram que Deus fala diretamente aos missionários e missionárias de hoje através do milagre - os protagonistas, as circunstâncias em que aconteceu, o sinal da água, a mediação-intercessão através da `Makeya´ (oferta da religião tradicional Macua), são elementos que se interpenetram e completam. E procuraram ler este sinal à luz dos acontecimentos de ontem e de hoje respondendo à seguinte pergunta: «O que Deus, por meio de Irene, nos quer continuar a dizer hoje?» No final, concluíram ser seu dever «escutar essa voz que interpela e enriquece com a Palavra que chegou através da sua mediação».
Uma das marcas da presença consolatina em Moçambique é a missão partilhada em unidade de espírito e unidade de ação por gerações de missionários e missionárias da Consolata. Durante muitos anos a missão em Moçambique foi vivida em tantos lugares em conjunto, lado a lado. Esta colaboração foi fecunda. Olhando com atenção para a história da missionação verifica-se como de facto a Consolata deixou marcas através de uma presença que, lutando contra ventos e marés, se foi solidificando, e que formou, promoveu e lentamente se inculturou, gerando assim milhares e milhares de cristãos que hoje dão brilho à Igreja local.
Pela mesma origem, vocação e vontade do fundador, o beato José Allamano, os nossos Institutos conservam um vínculo de união e colaboração e muito têm ainda a dar a esta Igreja local. Porém, não basta ficar apenas pelos atos celebrativos da memória e do milagre. «Tomámos consciência da necessidade de nos comprometermos, como família consolatina em Moçambique, de modo a traduzirmos os ensinamentos da beata Irene e do milagre de Nipepe nas nossas vidas e missão e apresentámos linhas de ação em comum para os nossos dois Institutos em Moçambique», sublinharam os participantes.