Moçambique: Ciclone - Vilankulo

Published in I missionari dicono
{mosimage}Dia 21 de Fevereiro, quarta-feira de Cinzas, as comunidades cristãs reuniam-se para a imposição das cinzas que marca o início da Quaresma. Aí a Palavra de Deus falava de Oração, Jejum e Caridade (esmola), práticas antigas que actualizadas podem dar vigor à vivência cristã. Ouvimos atentamente e guardamos no coração. Tudo normal e tranquilo. Algumas horas depois e já em casa um vento abrasador, que em língua Stuá se diz Moya, palavra também utilizada para dizer espírito – Moya wa Kubasa, Espírito Santo -, começa a soprar com alguma violência e com chuva à mistura. Era o ciclone Favio que tinham anunciado e que se esperava não chegasse, mas chegou!
 

{mosimage} Ao longo da noite foi aumentando de velocidade e intensidade, e já de manhã atingia o máximo para levar à sua frente o que encontrava, árvores que ia derrubando e chapas de zinco que mandava para longe deixando milhares de famílias ao relento e sem um lugar para se abrigar. Árvores de grande porte tombavam e algumas atingiam mesmo as casas. Construções de alvenaria também não escapavam à violência do vento.

Na Missão víamos os anexos a ir pelos ares, a igreja a ficar sem telhado, árvores a cair e viaturas a ser atingidos. Os carros da missão estavam desprotegidos e um grande coqueiro atinge em cheio um deles. Mais ao longe era o mercado municipal, inaugurado o ano passado com pompa e circunstância, a perder as chapas e a sua estrutura metálica a dobrar-se sobre si mesma. E o vento continuava a soprar com chuva torrencial.

{mosimage} Dentro de casa seguravam-se as portas e janelas com o que se podia e recolhia-se a água que ia entrando. Não havia mãos a medir até que começamos a ver portas e janelas a ir pelos ares. Notícias dos outros não tínhamos, porque éramos prisioneiros dentro da nossa própria casa. A electricidade deixava de funcionar, ficando o telemóvel que nos ia mantendo em ligação com amigos e conhecidos. E isto durante 12 horas seguidas até que começa a amainar ao meio da tarde e podemos sair. Teria sido melhor ficar dentro para não ter que deparar com o triste e devastador espectáculo. Corremos para ver o que nos circundava e por meio dos ramos caídos podemos ver que a igreja estava sem vidros e grande parte do telhado destruído. As casas vizinhas todas sem teto e algumas sem paredes. Não havia edifício sem marca deixada pelo ciclone. Armazéns e lojas, hospital e prisão, escolas e edifícios públicos… tudo destruído, tanto mais que por aqui quase só se usa a chapa de zinco como abrigo.

Depois começaram a chegar notícias de feridos e alguns mortos. Dum pequeno lar de idosos, ao cuidado da missão, chegava a informação que tinha morrido uma utente. Esse mesmo lar, feito de caniço e chapas de zinco, tinha sido renovado o ano passado com a ajuda das irmãs dominicanas, e agora era um mote de entulho com árvores caídas.

{mosimage} De longe começaram a chover telefonemas para saber como estávamos. Eram familiares e amigos, colegas e conhecidos, e algumas agências de notícias que também nos mantiveram informados sobre a direcção e velocidade do ciclone. Dentro dele não se tem noção destas coisas, a não ser que é de uma violência extrema.

The day after. É tão grande a confusão que não sabemos por onde começar! Armazéns, quintal, carros, animais, construções? Tudo precisa de cuidado. Uns arrastam os ramos do caminho, outros por limpam a casa, outros ainda cobrem o que resta dentro e fora dos armazéns. Não há tempo para cozinhar nem para descansar. E mesmo assim ainda fica tudo por fazer. Cada um pensa nos seus próprios bens, mas depois há que dar uma mão a quem mais precisa ou nada pode fazer.

O programa desta Quaresma está traçado: muita Oração, Jejum mais do que o previsto e Caridade aquela que os outros nos quiserem dispensar.

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P. Alvaro López, imc

Sono sicuro che, in questo momento, ne avete giá ricevute, per i mezzi di comunicazione sociale, le diverse immagine dall’emergencia nella quale ci si trova o pais.


Per qualunque osservatore climatico pode apparire strano che tutto un paese ci si trovi in “Stato di calamità”, ma in Mozambico questa é la realtà: O nord del paese si trova innondato, il centro é rimasto distrutto dopo il passaggio del ciclone Favio e tutta la parte sud sta a morire di sete, non sono cadute le piogge tanto attesse per questa temporada di pioggie e giá tutte le coltivazione ci sono perdute.


La prima tentazione che ci si puó venire in mente é quella di fare calcoli sulla quantitá delle vittime umane e sui costi delle perdite materiali; ma penso che questi calcoli non sono necessari in questo momento, giá che o fattore che determina o stato di calamitã di una popolazione non ci si puó quantificare soltanto per la quantitá dei morti (cue grazie Dio in questo momento sono pochi) e sulla quantitá delle perdite materiali.


In questo momento o che determina, secondo me, o “stato di calamitá” em que si trova Mozambico, é la situazione di provisorietá na che ci si trovano tutti gli abitanti del paese e tutte le forze sociali, le organizzazione humanitarie e il personale missionário.

Per i primi lo stato di provisorietá vuol dire, vedere significativamente diminuite le sue possibilità alimentari, educative, sanitárie e de migliorare le loro condizioni di vita; in sintese, scoprirsi che i suoi sogni di futuro ci sono interrotte. Per i secondi (forze sociali, organizzazioni umanitarie e personale missionario), provisorietà vuol dire ricominciare di nuovo, ma per dove ricominciare?

Questa é, in poche parole, la situazione in cui ci troviamo. Ne abbiamo molto da fare, ma in mezzo alla situazione di calamità que vive il paese, non ci risulta facile identificare quale le cose che ne hanno la priorità; in questo momento tutto é priorità: é priorità dare da mangiare ai bambini, ma é ugualmente priorità ricostruire le scuole, cosí come priorità puó essere appoaire i nostri giovani afin che non abbandonino gli studi della secundaria e universitari. Ancora, ci risulta una priorità collaborare con il governo per la ricostruzione degli ospedali e tutti gli altre istituzione dello Stato che lavorano per il bene dei cittadini; ma anche é una priorità che tutti i missionari lavorino nella ricostruzione, con le loro comunità, dei luoghi di incontro e di formazione degli animatori, dei luoghi di culto cosí come appoggiare le famiglie nella ricostruzione delle loro case.

Bene, qua tutto é, in questo momento, una priorità. Chiamo la vostra attenzione afin che considerate che anche la vostra collaborazione é una priorità per aiutare nella ricostruzione dei sogni di un povo che verdadeiramente desidera sognare un futuro migliore.
 
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{mosimage} Portugues - Italiano
 

P. Manuel Tavares, imc

Escrevo de Maputo, Moçambique. No dia de ontem 22 de Fevereiro, "Fávio", um ciclone violentissimo, abateu-se sobre algumas localidades da Provincia de Inhambane. As fortissimas rajadas de vento chegaram a atingir 180 km. por hora. A cidade mais danificada foi Vilankulos onde trabalham os nossos missionários Padres Andrea Brevi, Fernando Carneiro, Jorge Guilherme e Diácono Fabio Malesa.

As habitações tradicionais foram em grande parte destruídas e há dezenas de milhar de pessoas a dormir ao relento. Um balanço provisório aponta para 3 ou 4 mortos e várias dezenas de feridos. Na Paróquia a estrutura da casa dos missionários manteve-se mas a força do vento e da água arrombou portas e janelas. Uma parte da Igreja ficou sem janelas e sem tecto. Na cidade os tectos de muitas construções de alvenaria foram levados pela fúria do vento. Entre estas o hospital, as escolas e os lares de estudantes. Não há electricidade, nem água potável, nem combustível. Muitas árvores tombaram ou ficaram completamente despidas de ramos provocando estragos nas casas e outros bens. Dizem os missionários que o espectáculo é desolador.

As instalações hoteleiras também foram muito danificadas. Os socorros estão a chegar lentamente. Mais para o interior e mais concretamente na Missão de Mapinhane, onde se encontrava o Padre Fernando na altura do ciclone, os danos foram menos graves mas repetiu-se o mesmo cenário de destruição das habitações de construção precária onde vive a quase totalidade da população.

Da Missão de Mambone, onde se encontram os missionários Padres Amadio Marchiol e Gabriel Casadei e o Irmão Pedro Bertoni, temos menos notícias. Sabe-se porém que a maior parte das famílias ficaram sem tecto. Os edifícios principais da Missão resistiram bem à violência do ciclone mas houve danos nos edificios escolares e nos armazéns e oficinas.

De Inhassoro, onde trabalham os Padres "Fidei Donum" do Diocese de Vercelli, também não há muita informação mas conseguimos saber que a situação é muito parecida com a de Vilankulos. O Impacto do "Fávio", também aí , foi destruidor.

A fúria do ciclone vem juntar-se a outras calamidades de que são vítimas as populaçõoes ribeirinhas do grande rio Zambeze, um pouco mais para Norte. As fortes chuvadas que se têm verificado nos países vizinhos obrigam a mega barragem de Cahora Bassa a emissões extraordinárias de água que vai alagar as margens a juzante da mesma. Milhares e milhares de pessoas têm as suas casas debaixo de água e procuram abrigo em zonas mais elevadas.

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Dall'agenzia MISNA

“È una città distrutta, ormai in ginocchio. Sono ancora sotto shock. Il panorama è completamente cambiato e questa tranquilla cittadina sul mare adesso è solo un ammasso di lamiere e detriti”: a parlare con la MISNA è padre Fabio Malesa, missionario della Consolata, contattato a Vilankulos, la città nel sud del Mozambico devastata ieri dal passaggio del ciclone Favio, che si è abbattuto sulle coste meridionali del paese con raffiche di vento che hanno superato i 240 chilometri orari.

“Il ciclone ha scoperchiato tutti i tetti della città. Le capanne della povera gente sono state le prime a essere spazzate via, ma alla furia del vento non hanno resistito neanche strutture più moderne come il mercato generale inaugurato lo scorso anno” racconta il missionario.

Il bilancio dei danni causati in città è gravissimo: “le chiese, l’ospedale, gli chalet in legno sulla costa che ospitavano i turisti mozambicani e sudafricani, che avevano trasformato questa località in una meta turistica in forte sviluppo, sono stati gravemente danneggiati. Tutto è semidistrutto. È un quadro davvero desolante, è tutto da ricostruire” racconta ancora alla MISNA il missionario.

La situazione in città è preoccupante. Da ieri manca l’acqua, la corrente elettrica, le linee telefoniche, ma soprattutto scarseggia il cibo, visto che il ciclone ha distrutto i due principali magazzini cittadini che rifornivano l’intera popolazione. “Ieri le suore della Consolata hanno organizzato una distribuzione di cibo a tutti gli abitanti del quartiere in cui si trova la loro missione” aggiunge padre Fabio, precisando che la mancanza di cibo e di acqua pulita sono, insieme alla consegna di medicina, le due priorità del momento. “In attesa che la macchina dei soccorsi si metta in moto è urgente che arrivino in città carichi di cibo e di medicine. La gente già ieri sera non sapeva cosa mangiare e col passare delle ore la fame e la sete cominceranno a farsi sentire e col disastro che c’è intorno potrebbero diffondersi rapidamente delle malattie” dice alla MISNA il missionario, arrivato a Vilankulos lo scorso anno e ancora scioccato dal vedere quasi cancellata una cittadina che negli ultimi anni aveva vissuto un forte sviluppo economico, trascinata soprattutto dal turismo.

“Ieri siamo stati tutta la giornata a cercare di togliere l’acqua dalla nostra casa – racconta Padra Fabio – e oggi ci siamo svegliati all’alba per cominciare a fare un po’ di pulizia. Il vento ha sradicato alberi grandissimi, quindi immaginatevi cosa possa esserci in giro. Tutta la città è impegnata a risistemare. Gli uomini vanno in giro a raccogliere lamiere di zinco con cui ricostruire i tetti delle loro abitazioni per evitare di passare un'altra notte all’adiaccio”. La quasi totalità della popolazione di Vilankulos, infatti, ha trascorso la notte dormendo nelle tende fornite dalla chiesa e dalle istituzioni locali, nei pochi edifici rimasti integri (inclusi alcuni centri religiosi attrezzati per l’occorrenza) o, nella peggiore delle ipotesi, sotto i pochi alberi che il vento non ha sradicato. Secondo le prime informazioni, il ciclone Favio avrebbe causato gravi danni anche nelle località a nord di Vilankulos e fonti missionarie fanno sapere che il ciclone avrebbe seriamente danneggiato anche la missione della Consolata a Nova Mambone, un centinaio di chilometri più a nord, ma le difficoltà nelle comunicazioni rendono molto difficile ottenere maggiori informazioni. Secondo un bilancio ancora provvisorio, fornito stamani alla MISNA dall’unità di crisi della protezione civile mozambicana, almeno 4 persone sono morte e 80 sono rimaste ferite a Vilankulos dopo il passaggio di Favio.


Last modified on Saturday, 07 February 2015 20:47

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