A data exacta do encontro será definida após acertos feitos em relação ao modo de transporte a ser usado pelo ex-presidente. Foram acordados novos encontros relativos à zona industrial de Kesong, que foi construída por consórcios do sul e que emprega trabalhadores dos dois lados da fronteira. Um oficial da delegação do sul afirmou: “A Coreia do Norte recebeu de forma positiva esta visita de Kim Dae-Jung e concordou em lhe dar o tratamento honorífico que merece.”
A viagem de comboio foi recusada pela delegação do norte, que alegou razões de segurança militar. Sugeriu que Kim Dae-Jung faça um voo directo entre Seúl e PyongYang. Os militares norte-coreanos não estarão de acordo com a circulação de comboios entre os dois países. Nestes dias decorrem negociações entre líderes militares das duas Coreias.
Os dois lados acordaram que a comitiva de Kim Dae-Jung inclua pessoal médico e governativo. Desconhece-se se foi discutida a agenda do encontro entre Kim Dae-Jung e o líder norte-coreano, Kim Jong-Il. No sul, todos esperam que possam tratar da reunificação, bem como do impasse que se tem sentido nas negociações internacionais, em que tomam parte, além das duas Coreias, China, Rússia, Japão e Estados Unidos. Pensa-se que será discutida a possível visita a Seúl do líder norte-coreano, já acordada em 2000, mas que até hoje ainda não se realizou.
São sinais do avanço lento mas encorajador das relações entre as duas Coreias. A Coreia do Sul tem estado ao leme das iniciativas de re-aproximação, muitas das quais nem sempre são acolhidas pelas autoridades do Norte. Já aconteceu cancelarem um encontro à última da hora sem darem qualquer explicação. É de louvar a paciência e esperança de muitos sul-coreanos, a começar pelo governo e oposição.
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Foto: Estação de Dorasan, a última antes de entrar na Coreia do Norte de comboio. Foi renovada e está preparada para a eventual livre circulação de comboios entre as duas Coreias.