Segundo a Constituição sul-coreana a separação entre política e religião é um dado adquirido. Porém, as comunidades católica, protestante e budista exerceram uma influência considerável durante a recente história turbulenta do país (invasão japonesa, movimento democrático e ditaduras militares). As três comunidades defenderam e promoveram os direitos humanos, sobretudo na área da liberdade e justiça religiosa, social e política.
Com a chegada da democracia e da estabilidade social, as pessoas não desejam que a religião exerça um papel determinante como o que teve no passado. Pelo contrário: cresceu a desconfiança em relação ao crescimento numérico e económico de muitas Igrejas. Nos últimos anos foram tornados públicos vários escândalos, sobretudo financeiros, que envolveram algumas mega-igrejas e os seus pastores. O descontentamento para com a comunidade cristã em geral cresceu visivelmente.
Estes casos vêm ao de cima no momento em que Lee Myung-Bak assume o poder. A população é manipulada, utilizando apenas os aspectos negativos de algumas Igrejas, ao passo que o lado positivo é silenciado. Diversas Igrejas mandam missionários para outros países, praticando caridade dentro e fora das fronteiras. Por exemplo, cerca de 80 por cento dos voluntários que combateram a poluição em Tean, zona afectada pelo derrame de petróleo no inicio de Dezembro passado, eram membros de Igrejas, na grande maioria protestantes. Os coreanos esperam que o novo presidente não caia na tentação de misturar politica com religião, embora seja inevitável que a marca cristã dele possa influenciar as suas decisões.