O momento de ação de graças realizou-se na Igreja de São João Batista, no bairro Caranã, Boa Vista -RR. A missa começou às 18h do dia 25 de agosto e foi presidida pelo bispo da Diocese de Roraima, dom Mário Antônio da Silva, na presença do superior geral dos missionários, Pe Stefano Camerlengo, e do conselheiro geral para América, Pe Jaime Patias, missionários e missionárias da Consolata e o povo de Deus da Área Missionária São João Batista e de outras partes da diocese.
Na sua mensagem aos missionários da Consolata, o bispo reconheceu o trabalho dos missionários na diocese, trabalho este caracterizado pela profecia, perseguição, solidariedade e apoio às pessoas e às comunidades. O testemunho de vários missionários de várias partes do mundo e a enorme dedicação dos anos passados continuam presentes com os missionários que estão hoje aqui na terra da Amazônia. Os missionários da Consolata testemunharam verdadeiramente ter a missão no coração. A dedicação incansável deles, seja nas áreas indígenas ou na cidade, mostra que têm sangue de Roraima e da Amazônia.
O bispo, em nome da diocese, celebrou e agradeceu pelos trabalhos realizados nos últimos 70 anos e também pela renovação do compromisso que foi assumido na conferência: continuar servindo a Igreja de Roraima. Agradecido, aproveitou o momento da homilia para apresentar à assembleia reunida o superior geral e todos os missionários presentes na missa. Louvou o instituto pela opção de continuar o serviço e a missão nas comunidades indígenas. O padre Izaias, o amazonense recém-chegado à região, ganhou destaque do prelado. Comparou-o ao profeta Isaias, o profeta da esperança.
Ao superior geral, dom Mário agradeceu a presença na diocese convidando-o a levar a emoção, a alegria e os frutos da missão, desafios, marcas e cruzes que a missão acarreta aqui em Roraima, na Amazônia, no Brasil e na Venezuela. Há situações dramáticas dos imigrantes nas ruas da cidade e na Área Missionária. O bispo rezou e abençoou o padre geral na sua missão.
De forma especial, Dom Mário dirigiu-se aos missionários, pedindo a todos saúde, coragem e sabedoria para continuar a missão do evangelho que vem sendo realizada há 70 anos e que isso se renove a cada dia no coração deles e no coração de cada cristão da diocese. Ele observou que os missionários estão presentes no coração do povo de Roraima.
O bispo aproveitou também para agradecer pessoas das comunidades pela acolhida e proximidade aos imigrantes, principalmente os que se encontram ao redor da igreja Nossa Senhora do Livramento. Fez o apelo para não fecharem os olhos, as mãos nem corações, mas colocar-se a serviço da solidariedade e servir, assim, a Deus e Jesus Cristo, presentes nos irmãos imigrantes.
Na sua mensagem no final da celebração, Pe Camerlengo celebrou também os 70 anos da presença do Instituto na diocese e também os 50 anos do martírio do Pe Calleri. Com o título, “Para aquele horizonte que não acaba”, e invocando as palavras do profeta Isaias 52,7-10, a mensagem do superior lembrou que a ação de graças a Deus, pela caminhada feita, torna-nos mais forte porque a memoria é uma dimensão da vida. Não podemos perder a memória. O bom cristão tem boa memória, ama história e procura conhecê-la. Os missionários que passaram por aqui expressaram a generosidade e a doação em apontar o caminho, acompanhar os povos, tornaram-se porta-vozes de suas necessidades. Levaram Amazônia para o mundo e trouxeram o mundo para Amazônia.
Segundo Pe Camerlengo a missão na Amazônia se tornou para os missionários da Consolata uma escola de missão. Pediu que depois dos setenta anos o espírito continue entre os jovens missionários na região. Desejou que a celebração de 70 anos não seja o ponto de chegada, mas de partida com um renovado ardor missionário. Na conclusão citou as belas palavras do papa Francisco, “Olhando para cima, olhando para horizonte, alargando os nossos horizontes: esta é a nossa fé, esta é a nossa justificação, este é o estado de graça!”.