Recordar os 50 anos do Decreto conciliar Ad Gentes, sobre a missão, resgatando sua origem, incidência e ressonância na caminhada da Igreja, e as novas configurações e perspectivas da missão aos povos. Com este objetivo acontece, ao longo desta semana, dias 23 a 27, em Brasília (DF), o 4º Simpósio de Missiologia.

Promovido pelo Centro Cultural Missionário (CCM) e a Rede Ecumênica Latino-americana de Missiólogos e Missiólogas (RELAMI) o evento reúne 55 pessoas entre, docentes, teólogos, pesquisadores, representantes de instituições missionárias e agentes de pastoral do Brasil e convidados de Moçambique e do México. Entre os participantes estão missionárias e missionários estrangeiros atuando no Brasil.


 “Os 50 anos da promulgação do Decreto Ad gentes nos lembram de 50 anos de luta já evidenciada durante o Vaticano II. Aliás, a missão se dá sempre num contexto de luta, luta para o bem viver da humanidade, a construção de um horizonte de sentido, para a valorização dos contextos, universalmente, de descolonização que continua até hoje, porque a globalização é uma nova colonização”, afirmou padre Paulo Suess na abertura dos trabalhos. No Simpósio, o missiólogo apresentará as novas configurações e perspectivas para a missão aos povos.

Suess lembra que, “o Ad Gentes afirma a possibilidade de salvação a partir de outros credos, culturas e religiões. Na Igreja católica, que por dois mil anos considerou ter o monopólio salvífico, a nova visão representou uma ‘ruptura’. Essa ruptura não significa também ruptura com a tradição da Igreja ou significa voltar à verdadeira tradição do Evangelho?”, perguntou Suess e recordou que o Decreto Ad gentes passou por muitas redações e sendo promulgado no último minuto do Concílio, no dia 7 de dezembro 1965. Em sua avaliação, no pós-concílio, o setor que se sentiu derrotado pela nova orientação, procurou recuperar as suas antigas posições. “O documento Iesus Dominus, de 2000, aponta para essa recuperação e reconstrução de uma continuidade pré-conciliar”. Essas e outras questões serão debatidas durante o Simpósio.


 Na manhã desta terça-feira, 24, o secretário executivo do CCM e da RELAMI, padre Estêvão Raschietti, SX, falou sobre a Missão aos povos a partir do Concílio. Apresentou a dimensão missionária do Concílio contido no Decreto Ad Gentes, sua contextualização, gênese e configuração.

“A missão aos povos diz respeito ao conjunto de significados, articulações e tarefas específicas relativas à atividade missionária num contexto sócio-cultural ‘não-cristão’, que exige sempre dos agentes um deslocamento transcultural”, destacou padre Estêvão. “Trata-se de uma missão específica que deve ser necessariamente vinculada à natureza missionária da Igreja e que deve envolver a Igreja como um todo. A missão ad gentes contribui para alimentar a missionariedade eclesial com a dimensão universal da qual é testemunha profética”, sublinha o missiólogo.

Segundo ele, “o Decreto Ad Gentes não pode ser lido sem uma abordagem integral do evento conciliar, em todos os documentos. Com o Vaticano II a Igreja católica procurou um próprio reposicionamento em relação ao mundo, inaugurando uma época de transição de uma cristandade fechada e autocomplacente para uma Igreja samaritana e missionária”.


 Sobre o Decreto Ad Gentes, padre Estêvão destacou que “a Igreja e a sua missão evangelizadora têm sua origem e sua fonte na Santíssima Trindade, segundo o plano do Pai, a obra do Filho e a missão do Espírito Santo. A Igreja colabora esta missão do amor de Deus em nosso mundo”.

Na avaliação do assessor, o magistério pontifício pós-conciliar retoma várias questões ainda indefinidas, dando passos importantes na reflexão. A participação das Igrejas locais na missão aos povos ainda deixa a desejar. O Ad Gentes continua a desafiar profeticamente a Igreja de todos os continentes no campo da cooperação e na responsabilidade com a dimensão universal da missão. “O que precisa ainda fazer para que as nossas Igrejas assumam sua vocação missionária ad gentes?”, questionou padre Estêvão.

Na segunda parte da manhã, padre Sidnei Marco Dornelas, CS, assessor da Comissão Episcopal para a Missão Continental apresentou a caminhada pós-conciliar na América Latina a partir dos documentos do CELAM.

O estudo pretende gerar debate acerca da missão ad gentes entre os membros da RELAMI criada por ocasião do 2º Simpósio de Missiologia, em 2013, e composta por especialistas, pós-graduandos, mestres e doutores em missiologia. Discutirá também, o papel dos missiólogos e missiólogas na animação, cooperação e articulação missionária da Igreja no Brasil.

Os participantes do 4º Simpósio de Missiologia que acontece esta semana em Brasília (DF), voltaram um olhar para a África. O evento faz memória dos 50 anos do Decreto conciliar Ad Gentes sobre a missão e sua recepção na diversidade dos continentes. Para apresentar a caminhada pós-conciliar na África, o Simpósio recebeu, na manhã desta quarta-feira, 25, dom Luiz Fernando Lisboa, bispo brasileiro da diocese de Pemba, Província de Cabo Delgado, região norte de Moçambique.

 “África não é só pobreza. É neste continente que se encontram os vestígios da humanidade. O povo é forte e culturalmente rico e com uma história apreciável. A terra è riquíssima em recursos naturais e a Igreja tem grandes santos e doutores, além de milhares de mártires”, afirmou dom Luiz Fernando, CP, missionário Passionista, em Moçambique desde 2001. Natural de Valença (RJ), ele voltou ao Brasil em 2009 e, em junho de 2013, foi nomeado bispo de Pemba, diocese de 82.000 Km2, com 22 paróquias e mais de 800 comunidades. Lá atuam 115 missionários entre padres, religiosas, religiosos, leigos e leigas com formação.

Ao apresentar a realidade africana o bispo observou que quando se fala da África, normalmente o continente é visto como um único país. No entanto, trata-se de 55 países com uma variedade de povos e culturas. “A Europa simplesmente repartiu o vasto território entre alguns de seus países. A grande maioria dos países africanos alcançou a sua independência nas décadas de 1960, 1970 e 1980. São todos estados novos e cheios de riquezas naturais e, ao mesmo tempo, com os maiores índices de pobreza do mundo”.

Em sua análise, o bispo de Pemba destacou os grandes desafios enfrentados pelas populações africanas, como a qualidade da educação e saúde, a falta de água e saneamento, a desnutrição e as doenças, entre as quais, a malária, AIDS, dengue e ebola. Lembrou também, dos conflitos. “As influências do Estado Islâmico e a onda de fundamentalismo são evidentes em muitos países do norte”. Segundo dom Luiz Fernando, as condições de desenvolvimento humano em África estão melhorando, mas há muitos países atrasados. “A pobreza está gradualmente a diminuindo com melhoras na educação e na saúde, mas a exclusão persiste, resultando num acesso desigual às oportunidades econômicas e sociais”.


 O assessor recordou as migrações forçadas e citou o caso de Lampedusa, na Itália, onde “o papa Francisco disse ao mundo, que é urgente e necessária uma proximidade aos imigrantes que buscam uma vida melhor, que fogem de seus dramas. Ao acolher os habitantes da Ilha de Lampedusa dão um exemplo ao mundo”.

Dom Luiz Fernando sublinhou o esforço do Decreto conciliar Ad Gentes na valorização das Igrejas locais nas diversas culturas. “É necessário que em cada grande espaço sociocultural, se estimule uma reflexão teológica... As tradições particulares e qualidades próprias de cada nação, esclarecidas pela luz do Evangelho, serão assumidas na unidade católica” (AG 22).

Para mostrar que desde o início do cristianismo a África teve uma participação significativa nomeou doutores e escritores africanos dos primeiros séculos: Orígenes, Santo Atanásio, São Cirilo (Escola Alexandrina), Tertuliano, São Cipriano e Santo Agostinho que nasceu em Tagaste, hoje Argélia. “A Igreja já teve três papas africanos: Victor I, Melquíades e Gelásio I”, completou o bispo para, na sequência constatar que a reflexão teológica sobre a Igreja em África se intensificou no período pós-independência de seus países, a maioria a partir de 1960 e, sobretudo, com as novidades eclesiológicas geradas pelo Concílio Vaticano II.


 A Igreja na África realizou dois sínodos, ambos em Roma. O primeiro foi em 1994 como o tema, “A Igreja em África e a sua missão evangelizadora rumo ao ano 2000”. O outro aconteceu em 2009 e versou sobre a reconciliação, justiça e paz. A Exortação Apostólica pós-sinodal Africae Munus afirma que “é preciso reservar uma atenção preferencial ao pobre, ao faminto, ao doente, ao prisioneiro, ao migrante, ao refugiado, ao desalojado” (AM 27). Propõe também, “que cada um se torne cada vez mais apóstolo da reconciliação, da justiça e da paz” e que a Igreja em África seja “um dos pulmões espirituais da humanidade”, sublinhou dom Luiz Fernando.

Segundo ele, a Igreja na África é ainda muito “dependente, romanizada e estrangeira”. A diocese de Pemba, por exemplo, tem 35 seminaristas e depende da ajuda que vem de fora para suas necessidades administrativas. “Contudo, há alguns passos de africanidade na reflexão teológica, na liturgia e na inculturação da fé, apesar do longo caminho a percorrer”, ressaltou.

Para mostrar a recepção do Concílio em Moçambique, dom Luiz Fernando resgatou as decisões das três assembleias nacionais de Pastoral realizadas no país. A primeira, em 1977, propôs “uma Igreja não mais triunfalista, mas despojada e pobre, em renovação interior, de base e de comunhão, inserida nas realidades humanas e fermento da sociedade; uma Igreja que opta pelas Pequenas Comunidades Cristãs; uma Igreja que se propõe a desenvolver uma comunhão eclesial em todos os níveis e principalmente uma Igreja ministerial”.

A segunda Assembleia de Pastoral aconteceu em 1991 e reafirmou a ministerialidade. Pediu também, uma passagem do modelo colonial piramidal e clerical para um modelo circular e participativo. Por fim, em 2005, a terceira Assembleia escolheu como prioridades, “a formação dos agentes de pastoral, a Pastoral Juvenil, a Pastoral Litúrgica, a Pastoral da Família, as Pequenas Comunidades Cristãs, inculturação do Evangelho e autonomia Econômica”.


 Dom Luiz Fernando louvou a presença de missionários e missionárias brasileiros na África. Em Moçambique, em particular, estes já representam o maior número de missionários estrangeiros. Contudo, há uma preocupação para qualificar melhor essa presença.

Como proposta, dom Luiz Fernando pede uma maior cooperação entre países, Igrejas, universidades e não uma nova colonização. “Uma Igreja ‘em saída’ que partilha e recebe, disposta também ao sacrifício. Uma Igreja com os pés descalços para tocar a cultura, aprender a língua, disposta a recomeçar; que dialoga sem superioridade, mas como igual. Missão é sair e isso significa ter compaixão, partilhar, aprender e crescer”, completou o bispo.

Promovido pelo Centro Cultural Missionário (CCM) e a Rede Ecumênica Latino-americana de Missiólogos e Missiólogas (RELAMI) o evento reúne 55 pessoas entre, docentes, teólogos, pesquisadores, representantes de instituições missionárias e agentes de pastoral do Brasil e convidados de Moçambique e do México. A programação que começou nesta terça-feira, 23, se estende até sexta-feira, 27.

O Santuário de Santa Teresinha do Menino Jesus, em São Manuel, cidade no interior de São Paulo, foi escolhido pela Família Consolata para uma Peregrinação especial, neste domingo, dia 15 de fevereiro, quando se encerraram as atividades do Ano dedicado ao Bem-aventurado José Allamano. Nascido em Turim, Itália, Allamano fundou, em 1901 e 1910, duas congregações para a missão Ad Gentes. Faleceu em 16 de fevereiro de 1926 e foi beatificado no dia 7 de outubro de 1990.

São Manuel, a 180 quilômetros da capital paulista, acolheu em 1937, o padre João Battista Bísio, primeiro missionário da Consolata no Brasil. Com os padres Afonso Durigon e Pedro Calandri, Bísio assumiu a tarefa de terminar a construção do Santuário da Padroeira das Missões, mas também de buscar vocações e recursos para as atividades da congregação na África. Voltando ao berço da Consolata no Brasil, 78 anos depois, os peregrinos encontraram como pároco, James Mwaura, um padre do Quênia, país berço do Instituto Missões Consolata (IMC) na África, aonde em 1902, Allamano enviou seus primeiros quatro discípulos.

O Santuário que abriga os restos mortais do padre Bísio, falecido em 1947, lotou para a missa presidida pelo padre Salvador Medina, conselheiro geral do IMC. "Celebramos hoje o caminho da Consolata no Brasil, país que contribuiu para o mundo na teologia, na espiritualidade, no jeito de ser Igreja, com missionários e missionárias. Hoje, voltamos aqui enriquecidos para dizer muito obrigado". No início aram todos italianos. Depois a Família (padres, Irmãos, Irmãs e leigos) foi crescendo. Atualmente, as duas congregações juntas somam quase 2 mil membros provenientes de mais de 20 países e presentes em 31 países de quatro continentes.

Irmã Anair Voltolini, superiora das missionárias da Consolata no Brasil destacou a dedicação das religiosas que trabalharam no Seminário, na pastoral, na ação social e em dois hospitais de Botucatu. "As missionárias nasceram para trabalhar em comunhão com os missionários na evangelização e responder às exigências da missão", recordou Irmã Anair e explicou que, para Allamano não existia meio termo, mas a perfeição. "A missão deve estar na mente, na boca e no coração, em todo ser. Aquilo que eu assumo é pra valer". Essa reflexão também esteve no centro do Retiro anual da Família Consolata realizado em São Paulo ao longo da semana (9 a 14), como parte das atividades do Ano do Fundador.

O superior provincial do IMC, padre Luiz Carlos Emer, por sua vez, expressou a alegria de estar no "berço da Consolata no Brasil" e afirmou: "Não podemos ficar no passado, mas olhar para o presente e o futuro. A Igreja que recebeu tanto não pode ficar fechada em sua missão. Queremos sair daqui inspirados".

Para Irmã Melânia Lessa, "termina o Ano do Allamano e começa o nosso ano". A religiosa motivou os presentes a "sussurrarem" que vale a pena amar e anunciar Jesus. Lembrou também que, no dia 23 de maio, uma filha do Allamano, a Irmã italiana Irene Stefani, MC, "mãe toda misericórdia", como era chamada no Quênia, será beatificada.

A celebração contou também com a presença do clero de Botucatu, entre os quais, padre Adalto Martins, pároco da paróquia Nossa Senhora Consolata de São Manual criada em 2009, o ecônomo da diocese, padre Emerson Anizi e o chanceler, padre Joenville Antônio de Arruda que leu uma mensagem do bispo local, dom Maurício Grotto de Camargo. "Venho manifestar minha gratidão pela presença missionária ativa e frutuosa da Família Consolata em nossa Igreja particular de Botucatu... A Família Consolata pode contar sempre com nosso respeito, admiração, apoio e orações", dizia um trecho da nota.

Dona Ana Quessada, 86, é irmã dos primeiros padres da Consolata no Brasil, os gêmeos Joaquim e Segundo Quessada. Ela relata que, mesmo sem conhecer pessoalmente, o Allamano era uma referência para toda a família. "Ele era o pai que dava todos os bons conselhos". Dona Ana conta que o padre Bísio sempre lhes falava de Allamano e mostrava fotos dele como Fundador. Quando pediu para levar os irmãos gêmeos ao seminário, o pai colocou algumas preocupações. Mas, padre Bísio teria dito: "Quem der um filho para as missões, Deus nunca deixará faltar nada". E assim aconteceu.

Logo no início, em 1940, foram construídos seminários em Aparecidinha de São Manuel e Rio do Oeste (SC) e as vocações aumentavam, tanto que foi pedida a presença das Irmãs da Consolata para ajudar. Nos anos sessenta os missionários se lançaram no social e na formação humana com creches e cursos técnicos de mecânica, alfabetização e culinária. Todos os centros comunitários e capelas da cidade e da zona rural foram obras dos missionários. Esse enriquecimento para a cidade e município foi assinalado pelo atual prefeito, Marcos Monti, presente na missa. "Quero agradecer ao Allamano por tudo o que ele fez pelas missões e através dele, o trabalho dos missionários e missionárias em nossa cidade. Que ele ilumine e abençoe a cada um de nós em sua missão, com seus dons e talentos", discursou o prefeito.

Padre Durvalino Condicelli é o único missionário da Consolata filho da cidade. Ele recorda que quase uma centena de missionários trabalharam em São Manuel. "A cidade ficou conhecida através deles e dos que levaram o seu nome aos quatro cantos do mundo, inclusive na Coreia do Sul e Mongólia, na Ásia. Ultimamente, os missionários africanos, padres e seminaristas, procuram dar um novo rosto à paróquia. Eles tentam inculcar nas comunidades a verdadeira dimensão missionária da Igreja e a razão primeira da presença da Consolata em São Manuel".

Gerson Solano nasceu na fazendo Saltinho, zona rural, onde existiam várias comunidades. A região viveu o ciclo do café que aos poucos foi substituído pela cana-de-açúcar. Solano guarda como relíquia o Carro-capela itinerante, obra do Irmão Aldo Marini que levava os padres para celebrar missas nas fazendas. Após a missa, o Irmão sempre exibia um filme que atraia toda a população. Neste domingo, a Kombi-capela permaneceu estacionada em frente ao Santuário. "Nesta terra tão distante de tudo e de todos, a gente foi formando o caráter com a presença dos missionários. Eles nos fizeram sentir gente, filhos queridos de Deus", testemunha Gerson emocionado.

O coração do são-manuelense guarda uma gratidão eterna com muitos filhos e filhas do Allamano, homens e mulheres generosos que entenderam o mandato de Jesus: "Ide, pois, e fazei que todas as nações se tornem discípulas...".

A Peregrinação terminou com um almoço de confraternização para cerca de 350 pessoas no Clube Recreativo da cidade.

 Animador nato, belo confessor e exímio missionário do amor de Deus. Padre Ghibaldo Orestes, italiano nascido em Turim em 1918, foi homenageado por várias gerações da Paróquia Nossa Senhora Consolata, em Brasília, no dia 31 de janeiro de 2015. Gente de toda idade que partilha da alegria, das palavras e da direção espiritual do missionário há 25 anos, esteve na paróquia para comemorar os 97 anos de idade do “padreco”, como é carinhosamente chamado pela juventude.

Há um quarto de século e quase um quarto da vida, o missionário Consolata evangeliza e valoriza, na paróquia, o amor de Deus através da alegria, dos sorrisos, das broncas, do incentivo ao trabalho pastoral, da busca de lideranças, das palavras de apoio, da motivação nos vários encontros pessoais e comunitários. A nave da Paróquia Consolata, na capital do Brasil, ficou lotada para saudar o padre Orestes numa noite “ma-ra-vi-lho-sa!”, sua expressão preferida.

Padre Orestes presidiu a missa ao lado de cinco outros colegas, dentre eles, dois missionários da Consolata, um queniano e outro congolês, que trabalham em Roraima. Eles são frutos da missão realizada pela congregação na África, continente que agora oferece missionários para o mundo. O aniversariante, como sempre, encheu os corações presentes de alegria, música e sorrisos. As várias gerações de paroquianos conquistados marcaram presença para cumprimentar o diretor espiritual do Encontro de Casais com Cristo (ECC) e do encontro jovem Segue-Me, movimentos que têm a cara do homenageado da noite.

Missionário do Amor de Deus

Walkíria Santos de Melo, 68 anos, conheceu o padre na década de 80, quando participou do ECC. Ela falou da importância das palavras do padre no confessionário. “Ele é essa figura alegre sempre. Me ajudou muito na minha dor da viuvez, com palavras certas pra mim”, diz, emocionada, Walkíria. 

Marcus Antonio Lima Rocha, 53 anos, relatou a importância dos ensinamentos do vigário na vida dele como cristão e cidadão. “Ele (Pe. Orestes) me evangelizou. O que sei do amor de Deus, foi o padre que me transmitiu. Levei para minha vida pessoal e profissional o que ele me ensinou”, afirma o servidor público.

Bebel Paisano, paroquiana desde o início da Consolata, lembra a animação das missas de quando ele era pároco. Aos 88 anos, Bebel, que já foi ministra da Eucaristia, diz que se sentia mãe dele. “Ele é maravilhoso”, afirma a paroquiana.

Manuel Queiroga, 78 anos, afirma ter sido conquistado pelo padre há 30 anos. Ele frequentava outra paróquia e foi convidado para assistir uma missa presidida por Padre Orestes e nunca mais saiu da Consolata. “Desliguei tudo. Fiquei só aqui (na Consolata). Ele é um cara extremamente carismático”, comenta Queiroga, com sorriso.

Janaína Rocha, jovem do Segue-me Consolata nos anos 90 e atual dirigente do movimento, assinala que padre Orestes é parte da história do movimento em Brasília. “Posso afirmar que se não fosse pelo padre Orestes, não existiria o Segue-me na Consolata”, comenta Janaína, com admiração.

O gaúcho Selmiro Elias Moreira, 57, ao lado da mulher, Sônia Moreira, 52, afirma que a palavra emoção é a que define padre Orestes. “Tu fica alegre na missa dele. Tu pode estar triste, mas na missa dele se alegra”, afirma, sorrindo, o militar aposentado que conhece o padre há 27 anos, desde que chegou a SQN 113. A quadra dos militares do Exército, que colabora para a renovação intensa de paroquianos que vêm de todo o lugar do Brasil.

Pascom N.S. Consolata Brasília (DF).

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