“Nós somos missionários deste tempo”
Luís Maurício é o mais novo da reunião e participa pela primeira vez num Capítulo
Provincial. O missionário assinala a importância dos trabalhos, para definir linhas de acção
futura.
{mosimage}O futuro que preconiza o missionário mais novo, presente nos trabalhos do
capítulo é, “mais aberto, mais missionário, mais positivo e sobretudo com mais espírito
de evangelho e de missão”.
Esta abertura à sociedade civil, definida logo à
partida, para os trabalhos capitulares é algo de positivo, para este Luís Maurício, a trabalhar na
comunidade de Águas Santas.”As nossas portas e a sociedade estão a abrir-se para nos deixarmos
também acolher por este mundo”, salienta.
Bastante sensibilizado com a opção
de abrir as portas a outros que não os religiosos, esta abertura tornou-se uma necessidade. “Senão
ficamos numa ilha, num mundo e num tempo diferente. Nós somos missionários deste tempo e, por isso, estamos
aqui”, salienta.
Quanto a propostas, para os tempos de hoje, o missionário aponta, ainda,
algum receio de conjugar o trabalho missionário com os leigos. “O medo não é negativo. Nem
sempre é negativo. Às vezes, é uma prevenção para que haja atenção. Por
outro lado, não podemos ficar no medo de nos lançarmos a viver desafios neste mundo, nesta sociedade”.
Leigos Missionários da Consolata participam no Capítulo
Teresa Silva, Leiga Missionária da Consolata testemunha a sua visão dos trabalhos do Capítulo
do Instituto Missionário da Consolata
{mosimage}Teresa Silva, Leiga Missionária da
Consolata é um dos elementos convidados pela região portuguesa para assistir ao capítulo. Além
desta, as Irmãs Missionárias da Consolata, o conselheiro geral e responsáveis da província
espanhola e italiana do IMC também foram convidados.
Esta é a primeira vez que os Leigos
participam no Capítulo (ainda que sem direito a voto) mas, já no ano passado, haviam participado na
Assembleia . Para Teresa Silva, esta abertura era o passo normal a dar “mais tarde ou mais cedo”, refere.
“Nos tempos que correm, ia ser uma questão de tempo, os leigos estarem a trabalhar, em comunhão, com
os missionários”, aponta também.
Actualmente, desde o último capítulo
geral, o IMC reconhece os LMC como elementos integrantes do mesmo. Trata-se de “aspecto positivo, vem dar
continuidade ao caminho que vimos a fazer: trabalhar em conjunto não só na animação mas, todos
juntos”.
Além do convite, sinal de união, esta Leiga Missionária da Consolata
refere ainda que duas propostas apresentadas, passaram. A que lhe diz mais respeito, refere-se à permanência
de elementos dos LMC a trabalhar e viver no bairro do Zambujal, o Ad gentes da província portuguesa.
Aliás, defende, “ia ser um sinal vivo do que é o trabalho que é fazer missão no
país. Porque há muitos missionários que não percebem o que é ser missionário
leigo no país”. Teresa tem aproveitado para sensibilizar e dar a conhecer o trabalho desenvolvido pelos LMC
em Portugal.
Em jeito de balanço, afirma que “Nós (LMC) ficámos mais ricos
por ter participado, ter visto como é que funciona, ver como é que os missionários trabalham. E, a
nossa visão, que é um bocadinho diferente pode complementar”, conclui.
Instituto mais voltado para a sociedade civil
Província portuguesa define
linhas de maior abertura à sociedade civil em matéria de Justiça e Paz e Integração da
Criação (JPIC).
{mosimage}Conhecer o projecto ESPERE para estudar a sua
adopção em Portugal foi uma das decisões tomadas durante os trabalhos da tarde, de 28 de Junho,
subordinadas ao sub-tema” Justiça e Paz e Integração da Criação (JPIC)”.
Esta foi uma das propostas operativas que levantou dúvidas por parte de alguns missionários, nomeadamente no
que respeita à sua adequação à realidade portuguesa. Mas foi assinalado por outros
participantes que, é importante conhecer esta metodologia de reconciliação e que o ESPERE pode servir
de mediação para cortar com a cultura de violência.
O projecto ESPERE (Escolas de
Perdão e Reconciliação) nasceu nos Estados Unidos da América, foi levado para a Colômbia
e já aplicado no Brasil. Na Colômbia, recebeu uma menção honrosa das Nações
Unidas, pelo contributo que dá à paz.
Tendo como preocupação a
justiça e a paz, os capitulares reforçaram a ideia que, “é necessário fazer das nossas
comunidades, lugar onde possa germinar e se testemunhe a justiça e a paz, empenhando-se afincadamente na
reconciliação e na prática evangélica da justiça”.
A
província portuguesa aderirá também a iniciativas de economia solidária como o banco
ético, mercado ético entre outras. Ou seja, a preocupação subjacente é de escolher
instituições bancárias que sejam transparentes e que não estejam envolvidas em
transacções e negócios menos transparentes.
Além da necessidade de maior
proximidade das pessoas para as poder apoiar ajudar em situações de sofrimento, a abertura à
sociedade civil faz-se, também num olhar atento às mudanças que a transformam. “As nossas
comunidades façam a leitura e interpretação da realidade social, económica e política
do nosso país para poder criar traços eficazes de acção e aprofundar a doutrina social da
Igreja”, aprovaram os capitulares.
Os trabalhos do capítulo provincial do Instituto
Missionário da Consolata decorrem até 30 de Junho, em Fátima. O encerramento está previsto
para a Capelinha das Aparições, na Eucaristia das 12 horas, presidida pelo superior geral, Aquileo
Fiorentini, de passagem por Portugal a caminho do Brasil.
Missão não é
monopólio dos missionários
“Aprenda-se a trabalhar em rede”
é o convite dirigido pelo capítulo provincial aos misisonários da Consolata.
{mosimage}A Missão já não é monopólio dos missionários. É
convicção do capítulo provincial da consolata que “os problemas que se levantam no horizonte da
missão envolvem todo o mundo e exigem respostas globais, com a participação activa de todos”.
Os parceiros da sua actividade missionária são “os amigos e voluntários, as
associações e organizações, mesmo de inspiração “laica” envolvidas
na solidariedade, na ecologia, na justiça, na paz e nos novos estilos de vida coerentes com os ideais da
missão” .
Parceiros privilegiados da missão são as Irmãs e os Leigos
da Consolata, assim como os diferentes grupos que formam a Família Missionária da Consolata. Todos eles
partilham o mesmo ideal, herdado do carisma do seu fundador beato José Allamano.
A parceria
destes diferentes grupos para a missão desenvolve-se numa instituição recentemente criada, o
secretariado da missão. Em reuniões regulares é estudado e lançado o programa de actividades.
Missão não dá acesso à reforma
“Ninguém deixe de fazer missão, nem sequer por motivos de saúde ou de idade”,
lê-se numa moção apresentada ao capítulo.
Os missionários idosos
dominaram o primeiro dia do Capítulo Provincial. Com a discussão do documento “Fidelidade e
Testemunho”, como “instrumento de trabalho”, os capitulares abordaram temas sobre o missionário,
a missão e a comunidade missionária.
A foto apresenta três missionários:
José Zintu, o capitular mais idoso, italiano com uma larga experiência missionária no norte do Brasil;
e os capitulares mais jovens, Luís Maurício e Davide Kuzenza, argentino e tanzaniano respectivamente.
Cada vez mais as comunidades missionárias são multiculturais, formadas por missionários
oriundos de diferentes países. Esta nova situação exige formação adequada e, ao mesmo
tempo, revela-se um sinal para o tempo actual.
No início dos trabalhos, o Superior Provincial
apresentou um olhar rápido sobre a situação da província portuguesa, pondo em destaque os
problemas relativos à falta de missionários e ao seu envelhecimento.
“Passemos à outra margem”
“Vamos para o lado de
lá”, é convite de Francisco Lopez, da Direcção Geral dos Missionários da
Consolata, que presidiu esta manhã, 26 de Junho, à abertura do capítulo provincial.
Teve início em Fátima, hoje 26 de Junho, o capítulo da província portuguesa
dos Missionários da Consolata. São 33 os participantes: os padres e irmãos que trabalham em Portugal,
e ainda os superiores de Itália e Espanha, que representam as suas províncias; e os representantes das
Irmãs da Consolata e dos Leigos Missionários da Consolata, que tomam parte como observadores.
Presidiu, à eucaristia de abertura, o padre Francisco Lopez, Conselheiro para a Europa a representar a
Direcção Geral, que definiu o capítulo provincial como “momento importante para a vida de uma
província”.
Comentado o texto do evangelho, exortou os capitulares: “Passemos
à outra margem, para o lado de lá, para além do que fizemos até agora”. O trabalho do
capítulo provincial levará ”a interrogar qual é a nova fronteira” da missão em
Portugal.
“No nosso continente estamos a descobrir cada vez mais lugares onde a mensagem
não chegou ou foi esquecida. Saibamos fixar a nossa atenção nestes espaços onde intervir e
evangelizar”, recomendou Norberto Louro, superior provincial