Sabendo das dificuldades que os Missionários encontrariam na missão, Allamano busca oferecer o melhor na formação. Queria que os seus missionários fossem excelentes na preparação cultural, na sensibilidade humana, no respeito pelos povos, na dedicação à missão e na busca da santidade.
É da pessoa, transfigurada pela ação do Espírito, que brota o anúncio e o testemunho missionário. Buscando viver a partir da inspiração de nosso Fundador, a pessoa conta com uma particular atenção do Instituto, para que o seu processo de renovação e crescimento sejam contínuos.
O XI Capítulo pede que nos empenhemos num processo contínuo de maturidade humana e espiritual, buscando a santidade de vida, sempre mais identificados com a vocação de missionários da consolação. Nosso Mestre, por excelência, é Jesus Cristo, Homem e Deus. Tão divino e tão humano, nos chama a segui-lo e a tornar presente, no hoje da história, o seu amor infinito por toda a humanidade.
A COMUNIDADE
A importância dada à pessoa, em nada obscurece o valor da Comunidade. Somos seres em relação que necessitamos continuamente do confronto, do apoio e da amizade dos outros, para nos mantermos vivos e para expressar o melhor de nós mesmos. Foi antevendo as exigências da missão e, ao mesmo tempo, buscando dar o melhor à pessoa do missionário, que Allamano pensou o Instituto como uma Comunidade, como uma família.
Se outros aspectos de nosso carisma passaram por um longo processo de compreensão e amadurecimento, a dimensão comunitária foi clara desde o início. Quis fundar um Instituto em que as relações entre seus membros fossem caracterizadas pelo amor fraterno, pelo apoio e encorajamento mútuo e pela comunhão apostólica.
Espírito de família e unidade de intentos unem, na inspiração de Allamano, a fraternidade e a comunhão, a serviço da missão. A comunhão apostólica, porém, não se limita aos missionários. Allamano manifesta, desde o início, uma visão ampla. Antes que partissem os primeiros missionários, manifesta a intenção de, no futuro, enviar também irmãs que pudessem atuar ao lado deles. Desde o primeiro grupo, ao lado de sacerdotes, envia leigos, como membros efetivos do Instituto masculino.
Nas suas cartas aos missionários, seguidamente, o vemos insistir sobre a importância dos catequistas. Para o Allamano, a missão tem um rosto masculino e feminino, laical e clerical.
A vida comunitária perpassa toda a nossa identidade de missionários da Consolata. O amor fraterno e a comunhão apostólica são parte de nossa espiritualidade e do nosso método de viver a missão. Diante das tendências individualistas e sectárias, presentes hoje na sociedade, esta dimensão mantém toda sua atualidade e sua forte carga profética.
Nossas Comunidades internacionais, pluriculturais e pluriétnicas podem ser sinal e testemunho de um amor que, desabrochando de um único Pai, nos impele à fraternidade universal.
A MISSÃO
“Cremos que a Missão Ad Gentes é luz que ilumina toda nossa escolha e abre continuamente novos caminhos. Enche o coração de paz e alegria, no serviço que somos chamados a realizar” (Atos do IX Capitulo Geral, O credo da Missão).
“A evangelização dos povos é a finalidade que nos caracteriza na Igreja; realizamo-la para a gloria de Deus e na santidade de vida, conforme o significado que o Fundador lhe atribuía, quando proclamava: ‘Primeiro santos, depois missionários’. Este fim deve impregnar a nossa espiritualidade, orientar as opções, qualificar a formação e as atividades apostólicas; em suma, orientar toda a nossa vida” (Const. 5).
Os âmbitos da nossa missão, definidos pela IX Conferência, são: pobreza urbana, serviços qualificados às igrejas locais (AMV e MCS), minorias étnicas ou grupos humanos vítimas da discriminação, opressão e marginalização (Camponeses, bóias-frias, sem-terra e HIV).
Estes âmbitos vão se ampliando continuamente, exigindo de nós um contínuo discernimento, abertura e qualificação no nosso ser e agir, especialmente em relação à Justiça e Paz e Integridade da Criação (JPIC), à inculturação e ao diálogo inter-religioso.
Esta missão se realiza sempre na Igreja local, da qual somos servidores e, ao mesmo tempo, sentinelas, testemunhas e animadores.
Ela se realiza através de uma pluralidade de expressões que envolve o anúncio da Boa Nova aos povos não evangelizados, a colaboração temporária com as Igrejas parcialmente evangelizadas, a AMV e Formação, além de outros serviços indispensáveis à vida e ao desenvolvimento do Instituto (Const. 17).
Partilhamos o mesmo carisma com as Missionárias da Consolata, procurando sempre mais profunda comunhão, colaboração e realização de projetos comuns. A riqueza do carisma se abre também aos Leigos Missionários da Consolata, oferecendo-lhes a possibilidade de participar da nossa espiritualidade e do nosso projeto de missão.
Equipe de Comunicação
Paulo Mzé, Patrick Silva e Jaime Patias.