O caso mais recente é o de quatro pessoas, com idades compreendidas entre os 20 e os 30, que se encontraram num sito da Net e planearam cometer suicídio juntas. Após encontrarem-se num parque bem no centro de Seúl, três tomaram uma substância altamente tóxica, enquanto que o outro arrependeu-se no último momento, indo depois à polícia denunciar o caso, mas só após a morte dos outros três. Os motivos, descritos em pequenas mensagens, apresentavam, situações problemáticas: falência pessoal, divórcio eminente e tentativas falhadas de entrada na universidade.
Diz o editorial que as possibilidades de cometerem suicídio seriam muito menores se não tivessem conseguido encontrar “colegas de suicídio” na Net. Dado haverem mais casos de suicídio em grupo, as autoridades suspeitam que os chamados “sitos de suicídio” contribuem para o problema. Caso não encontrassem outras pessoas dispostas a cometerem suicídio, é muito provável que muitas outras desistiriam de o fazer.
A marca dos 10.000 suicídios por ano foi ultrapassada em 2003 e as tentativas de se encontrar uma explicação para o aumento abrupto deste fenómeno dramático são muitas e variadas. O mesmo editorial afirma que um factor é certamente a Internet, pois a Coreia é dos países onde o acesso à Internet è dos mais difundidos. Em 2005, um inquérito levado a cabo por uma organização de prevenção do suicídio revelou que 47% dos adolescentes e 38% de pessoas na casa dos 20 afirmaram terem visitado sitos suicida por mera curiosidade. Mas mais de 20% de cada grupo disse terem sido tentados a cometerem suicídio.
Certo, a juventude coreana não é diferente daquela de outros países ditos desenvolvidos, mas no meu ver estes números são não só alarmantes, como exprimem o quanto descontentes os jovens daqui estão com a vida e com “o sistema”. São o reflexo de uma sociedade profundamente destabilizada e um problema a que não pode ficar indiferente a nossa Igreja, bem como as outras religiões.